A incerteza afeta menos a indústria automobilística

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Em junho, a produção de veículos caiu 7,8% em relação a maio, mas foi 15,5% maior do que a de junho de 2012; já as vendas cresceram 0,8% comparativamente a maio e diminuíram 9,8% em relação a junho de 2012.

Houve, portanto, um declínio na comparação mensal. Mas não se altera o fato de que o primeiro semestre ainda foi muito favorável ao setor, com alta de 18,1% na produção e de 4,8% nas vendas. Se em termos econômicos problemas como a ameaça de declínio podem ser postergados, o presidente da associação dos fabricantes (Anfavea), Luiz Moan, quer evitar que o setor seja visto como “vilão” por causa das ruas congestionadas; por isso, o aumento de vendas gera certa apreensão.

No Brasil, a relação é de 5,5 habitantes por automóvel, enquanto na Europa é de 1,9 e nos Estados Unidos, de 1,6. Em São Paulo a relação já éde 2, e agora tenderia a se estabilizar, disse o presidente da Anfavea em entrevista ao Estado, no domingo.

Em seus cálculos, dos 900 veículos licenciados diariamente na cidade, 600 são transferidos para outros municípios, 100 a 200 são perdidos ou roubados e, em termos líquidos, a frota da cidade cresce entre 100 e 150 veículos/dia. Nacionalmente, afirma, o mercado consumidor brasileiro ainda não foi atendido.

Os números do primeiro semestre confirmam a força da demanda: a produção foi de 1,86 milhão de veículos e os licenciamentos, de 1,8 milhão. Em 12 meses, até junho, esses números foram, respectivamente, 3,67 milhões e 3,88 milhões.

O mês passado destoou dos anteriores, pois, em relação a maio, além da queda da produção, também houve um pequeno recuo de 0,2% do nível do emprego, as exportações caíram 3,2% e diminuíram as vendas no atacado de máquinas agrícolas automotrizes, um indicador indireto dos investimentos das empresas.

O comportamento da indústria automobilística, até o momento, parece depender das vantagens da redução do IPI, pois o juro básico voltou a subir e a alta tende a ser repassada, em algum momento, para os consumidores que pagam a prazo. O otimismo do setor com o comportamento das vendas, neste ano, talvez seja otimista demais, ainda que junho, com as manifestações de rua e as incertezas, tenha sido um mês atípico para a economia.

As montadoras devem contribuir para a política de melhoria do transporte público, defendeu o líder das montadoras. Seja lá como isso for feito, a imagem do setor junto ao público sairia beneficiada.

 

Fonte: http://www.estadao.com.br

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