Aumento salarial de 2009 sofre maior desconto do IR

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Levantamento da Ernst & Young aponta que parte dos reajustes salariais obtidos por trabalhadores vai direto para a Receita Federal

Muitos trabalhadores que se mantiveram empregados no ano passado obtiveram aumento salarial, principalmente em função da recuperação da atividade econômica no segundo semestre. Mas em função de uma defasagem acumulada na tabela do imposto de renda, parte dos reajustes – até 23,08% do aumento salarial obtido – serão abocanhados pela Receita Federal, constatou a Ernst & Young em um levantamento sobre reajustes salariais e impostos.

Quanto maiores o salário e o reajuste, maior a fatia dos ganhos que vai para a Receita Federal, segundo a Ernst & Young

A auditoria fez uma simulação que evidencia que quanto maiores forem o salário e o reajuste, maior será a fatia dos ganhos que vai para a Receita. “Quem em 2009 se enquadrava numa faixa de tributação, com o aumento conseguido pode ter sido enquadrado numa faixa que prevê recolhimento maior, dependendo do percentual do reajuste”, explica Tatiana da Ponte, sócia da área de Imposto de Renda Pessoa Física da Ernst & Young para a América do Sul.

Mesmo que o contribuinte tenha se mantido na mesma faixa salarial, se o aumento foi superior a 4,5%, valor pelo qual a tabela foi corrigida, o contribuinte passou a pagar mais IR em 2010, acrescentou Tatiana.

A razão desse maior impacto é justamente o descompasso entre o reajuste da tabela do Imposto de Renda e os aumentos salariais. Mesmo em relação aos índices de inflação há uma defasagem importante desde 1996, quando houve o congelamento da tabela progressiva do Imposto de Renda. A inflação acumulada desde então, pelo IPCA, foi de 90,65%. A partir de 2001, quando houve novamente reajuste da tabela, as atualizações acumulam 53,5% – o que representa uma defasagem acumulada de 37,15% da tabela para no mínimo menos absorver o impacto da inflação no período.

“Se considerarmos que, em média, a remuneração aumentou acima da inflação, nem mesmo essa atualização da tabela pelo IPCA seria suficiente para garantir ao trabalhador que seu reajuste não vá direto para o cofre do governo”, afirma Tatiana.

Fonte: http://economia.ig.com.br/financas/impostos

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